Tom Zé - Estudando o Samba

Mãinha, Tom Zé tá na rede!

Tenho com Tom Zé uma relação (NATURALMENTE PLATÔNICA) de amor e ódio. Ao mesmo tempo que quero pegar o gabiruzinho e dar colo quando ouço aquele recado louco da secretária eletrônica no meio do disco do Mundo Livre, ou quando fico sabendo que o tio é praticante de tai chi nas madrugadas da Casa Verde, passo muito mal com o perrengue vanguarda ao qual ele caminha abraçado. Vanguarda me dá preguiça; quem gosta disso é o Rafael, que ouve Bonde du Rollet. Essa coisa de batucar pia cheia, depois pia vazia, depois cutucar fundo de panela com tampa de Bic mordida me enche de sono, e é basicamente isso que nosso artixta vem fazendo nos últimos 100 anos.

Ainda que querendo flertar com o mucho loco, este Estudando o Samba (lançado em 1975) é muito grandioso e perfeitamente digerível pra ouvidos acostumados à música clássica, como não são os meus. Um dedo de forró, outro de samba e mais um tanto de maracatu e temos um shot de música da melhor qualidade, com letras MOITO boas, que só não são mais engraçadas do que Libera o Badaró (ouve lá "Tô!", a quarta do lado A).

Bem mais legal do que Orquestra Imperial. Pega na minha rima e diz tchau.