As músicas que ninguém nunca escutou

Monday, February 26, 2007

O Bebê de Rosemary (1968)

Baixa se for MACHO.

Não há muito a ser dito. A única coisa que tenho sobre o filme é a lembrança de uma resenha apavorante que minha irmã me fez, quando eu tinha uns cinco anos - em seguida, ela também me ofertou um breve relato de "Feliz Aniversário Para Mim". Desde então, os dois filmes viraram uma coisa só na minha memória. Sempre que penso em aniversário, que faço aniversário ou - máximo do horror - alguém diz "Feliz aniversário para mim! Êeeeee!" eu só consigo pensar na Mia Farrow com o facão na mão. Legal, né?

Pra trabalhar essa questão, além do ano e meio de terapia, resolvi baixar esta trilha sonora, que estava à minha espreita em algum canto dessa web de meu deos. Baixei, descompactei e play. Na terceira trilha, parei pra nunca mais voltar a ouvir na minha vida. É MOITO meda, pânica e correria. Completamente encagaçante (desculpa, gente limpinha, mas é a verdade). Tive uma meia dúzia de calafrios daqueles que vêm lá das cadeiras, sabe? Nunca mais, não recomendo. É sinistro - coisa que, neste caso, deve ser boa. Ouve aí.

Thursday, February 22, 2007

Klaxons - Myths of the Near Future



Olha! Achei no Zshare!

O Klaxons é a nova melhor banda de todos os tempos da última semana. Cunhado como new-rave pelos modernosos, os caras dizem ter vindo para fazer o mundo dançar, mas é mentira, é só rock. Não tem nada de muito novo, só tem de legal. Revolução no rock pra mim só acontece uma a cada 10 anos, e não senhor, não é esse o caso, não mesmo.

As músicas são realmente bem feitas e empolgantes. Não há maneira de não ficar imitando o uh uh uh aahh de Golden Skans, a melhor do disco, por horas a fio, tampouco deixar de bater o pezinho na maioria das faixas. O único problema dos Klaxons é realmente o hype, o maldito hype, alguém me dá um sinônimo em Português para essa palavra?

Baixe aí, escute aí, e nos diga aí. Gostoso ou não? Eu acho e muito. Só não ache que você vai ouvir e colocar "I (L) Klaxons" no status do seu MSN. Também não espere um OK Computer, Nevermind ou Abbey Road da parte deles daqui algum tempo.

Monday, February 12, 2007

Between or Beyond the Iron Curtain


Link no Badongo.

É bom ficar um tempo sem escrever nada, porque na volta eu tento dar o melhor de mim. Daí dou uma olhada na coleção para resgatar alguma coisa que pode agradar ao mesmo tempo que seja de primeira.

Foi assim que lembrei dessa pérola. Da coleção "Between or Beyond", "The Iron Curtain" reune 14 faixas de bandas e artistas que fizeram a festa entre as décadas de 60 e 70 no leste europeu.

Em plena época da guerra fria, em nações em que o regime comunista tentava de qualquer forma varrer toda expressão cultural que remetesse aos capitalistas do ocidente, este pessoal teve a coragem de manter acesa a chama do jazz. Da Polônia vêm nomes como Laboratorium, Novy Singers e Adam Makowicz. Da antiga Tchecolosváquia os representantes são Gustav Brom (com a infecciosa "Bounty", tente ficar parado...), Impuls, Prague Big Band entre outros. E da então Alemanha Oriental o quinteto de Hubert Katzenbeier.

Os sons nem sempre trazem influências locais, mas as composições são todas cheias de classe e com arranjos extraordinários.

Aliás, que exuberância de influências. Pegue "Drinking Song", por exemplo. Não dá para imaginar uma banda como a Banda Black Rio ou Meirelles e seus Copa tocando? E logo na sequência vem Mahagon, em que a linha vocal traz um pouco das escalas orientais sobre uma batida quebrada e um baixo que lembra as faixas mais funkeadas do King Crimson da época de Starless and Bible Black. Ou é muita viagem minha? Pelo menos o timbre é o mesmo...

Ouçam e tirem suas próprias conclusões.

Thursday, February 08, 2007

Underground - Mentiras de Guerra (1995)


Link Zshare

Quando eu era estudante de comunicação social achando que ia dominar o mundo com minha empáfia, alguma boa alma decidiu me dar uma mão nessa de me tornar uma pessoa pior e trouxe pra cá uma pequena amostra da "Mostra Internacional de Cinema de São Paulo". Meu metro e oitenta de curiosidade estética e senso crítico fez questão de comparecer a todas as exibições possíveis da mostra (como possíveis entenda-se aquelas que não aconteceram enquanto eu estava na UFPR, ou enquanto eu estava no Dromedário, ou enquanto eu estava dormindo). Sendo assim, devo ter visto um monte de filmes dos quais me recordo quase nada: só não me escapam da memória aquele drama hilário do anão que queria ser escritor e passava metade da vida sentado numa poltrona, com as perninhas cruzadas, chorando e bebericando conhaque, E "Underground - Mentiras de Guerra".

Underground não é um filme. É uma daquelas experiências sensoriais apenas comparáveis a um show do Kraftwerk, que te envolve por todos os sentidos. É profundo, envolvente, divertido, lírico e trágico. São duas horas e cinqüenta (que passam em cinco minutos, acredite) de surrealismo puro pra tratar de um tema que, em geral, dá caldo parecido: guerra. No enredo de Emir Kusturica, enquanto o pessoal está trancado no porão sem saber o que se passa na Iugoslávia natal do diretor, há espaço para animais, romance, comédia, loucura e música. Mas, assim, MÚSICA MESMO.

Eu piro desavergonhadamente com músicas que são muito mais barulhentas (no bom sentido) do que melódicas. Qualquer cítara, cravo, chocalho ou escaleta que deixe a canção mais enfeitadinha é razão pra meu deleite. Nesta trilha, o GENIOSO Goran Bregovic se lambuza desses instrumentos e nos oferta onze canções que vão do mais profundo drama à alegria desmedida. É absolutamente diferente de qualquer música que ouçamos aqui deste lado de cá do mundo - uma comparação pobre (e burra, porque tô falando sem conhecimento de causa) é chamar de "música cigana".

Eu chamo de música boa e é isso aí. Ouça a trilha e veja o filme, que ainda não saiu em DVD no Brasil. Ê, lerê.

Thursday, February 01, 2007

My Morning Jacket - Z



Link que alguma boa alma colocou no ZShare.

Não confunda com My Chemical Romance hein? Resolvi ir atrás My Morning Jacket de tanto ouvir o MOKB falar bem deles. Primeiro achei o It Still Moves e lentamente fui gostando. Não tão lento assim, a única coisa complicada é a voz do rapaz que de cara assusta um pouco, mas depois cai como uma luva, ainda mais nesses graus negativos que anda fazendo aqui. Logo mais cavei mais fundo e achei Z, que venho aqui compartilhar com vocês.

Os caras tendem pro tal do alt-country, cujo representante que mais conhecemos é o Wilco. Esse estilo cada vez mais tem rendido bons frutos. Resta esperar agora pelo alt-polka, alt-pagode, alt-funk-carioca (Bonde do Rolê my ass) e o que mais vier. Me faz crer que o prefixo alt na verdade significa "bom", e não "alternativo".

Vai vendo. Capa linda hein?