As músicas que ninguém nunca escutou

Monday, November 27, 2006

Fear and Loathing in Las Vegas - 1998


Link Badongo

Se você não sabe quem é Hunter Thompson, sua vida ainda não está completa. Equivale a nunca ter comido uma coxinha da Edelweiss (haha, essa foi especial pro Maurício, que eu aposto de MORRE de saudades do Positivo da Ângelo), nunca ter parido, amado, plantado uma árvore ou escrito um livro. Sério: é grave. Mas a tata pode te ajudar.

Aqui você pode saber bastante mais sobre o assunto. Entretanto, como eu sou chata e você pode ser preguiçoso, vou explicar um pouquinho: Hunter Thompson é pai e mentor - sem querer - do Jornalismo Gonzo, uma variante da arte de cobrir eventos e entrevistar pessoas que, além de tratar do assunto propriamente dito, mescla em seu conteúdo as experiências pessoais do autor do texto. Ou seja: tudo aquilo que a UFPR ensinou que era feio. (Pra falar em português, Arthur Veríssimo, o intrépido Trip-repórter, é discípulo desse mestre e praticante de seus ensinamentos). Juntando a essa GLASNOST editorial a vida mucho loca do velho Hunter, empapada em muito álcool e muito mais ainda drogas ilícitas, seus textos são muito, mas MOITO entusiasmantes e encantadores, ricos e surreais como o período em que ele esteve mais ativo, que foram as décadas de 60 e 70. Sua morte (por suicídio) em 2004 resume o que foi o cara: ele solicitou à família que cremasse seu corpo e que as cinzas fossem lançadas aos céus num show pirotécnico - que acabou sendo comandado por Johnny Depp, que virou chapa do cara depois do filme que temos aqui. Chame alguém de louco depois dessa.

Gá. Vamo lá: o disco que aqui sirvo é a trilha sonora de "Medo e Delírio em Las Vegas", que me foi indicado pelo indispensável e irritante amigo Pedro, o homem que sempre acerta. Já assisti ao filme umas dez vezes e, sem sacanagem, ainda não entendi a história, de tanto que me rio enquanto o disquinho está a rodar. Além do roteiro inacreditável, protagonizado pela hipervitaminada dupla de dois excelentes pedaços Benicio Del Toro e Johnny Depp, a primorosa direção de Terry Gilliam eleva aos céus a já descomunal qualidade da história vivida por Raoul Duke (alter-ego do autor) e seu amigo advogado em Las Vegas e seus arredores. As viagens alucinógenas da dupla são tão fielmente reproduzidas em efeitos na película que eu recomendo que você tire as crianças da sala durante sua reprodução (hoho, não resisti). Enfim: se joga. Cento e vinte minutos de tudo aquilo que você gostaria de estar fazendo neste momento, ao invés de estar aí matando trabalho pra ler estas maltraçasdas linhas.

Agora sim: trilha sonora que fez a base para toda essa lisergia não poderia ser mais, MAIS, adequada. Certamente você já ouviu pelo menos metade das canções que compõem o disco, mas não tem noção de como elas realmente funcionam juntas. Uma sopa de cogumelos com Jefferson Airplane, Bob Dylan, Yardbirds, Tom Jones e, grand finale, Dead Kennedys com "Viva Las Vegas". Ouça a trilha, leia o livro, assista ao filme e compre Baton.

Friday, November 24, 2006

Rhythms Del Mundo (Cuba)


Link Rapidshare

Pegue dois dos nomes mais cultuados do Buena Vista Social Club, a cantora Omara Portuondo e o falecido Ibrahim Ferrer, e junte com nomes do mundo pop como U2, Coldplay, Arctic Monkeys, Jack Johnson e Franz Ferdinand. Ficaram irresistiveis as versões latinizadas de "Clocks" e "The Dark of the Matinee".

Sexta-feira, final de dia, a inspiração para escrever some, mas não deixem de escutar essa pérola por causa da escassez de palavras.

Monday, November 20, 2006

...And You Will Know Us by the Trail of Dead - Source Tags and Codes




Link que achei no Rapidshare

O Pitchfork falou que é nota 10, e eu acho sensacional. Disco de rock visceral, só pra usar essa palavra. Air guitar garantido.

Friday, November 17, 2006

Pequena Miss Sunshine (OST)


Link Badongo

A Carla mandou eu ter forza na peruca. E tô tentando. Daí fui ver um filme que parecia ser bacana o suficiente para não me deixar mais na lama. Ainda bem que eu fui. Já tinham me recomendado e repasso a recomendação. Vale cada real gasto e cada minuto no cinema.

A história da família que tem que passar por poucas e boas em união já é chavão no cinema, mas tem alguma coisa na história da "Pequena Miss Sunshine", ou na atuação, que consegue alternar momentos de emoção com humor inteligente de forma muito eficiente.

E a trilha sonora é perfeita para o filme. Das 14 faixas, 10 são do DeVotchKa, um grupo de Denver que mistura música do leste europeu com rock e passeia sem medo em estilos como o mariachi e a música cigana. As outras faixas contam com duas participações de Sufjan Stevens, uma de Rick James e outra de Tony Tisdale.

Está dada a dica.

Monday, November 13, 2006

Gnarls Barkley - St. Elsewhere



Link que achei lá no Rapidshare

Tudo bem que Crazy já está dando no saco tocando em todas as picapes do planeta, mas o disco tem seus méritos sim. Principalmente Smiley Faces (clip bacana aqui), Gone Daddy Gone e Just a Tought. Confira comigo no replay.

Thursday, November 09, 2006

Smog - The Doctor Came At Dawn (1996)

É uma capinha bem pouco alegre, convenhamos.

Link Rapidshare

Bill Callahan, o homem que grava sob o codinome Smog, é um sujeito cabisbundo e meditabaixo. Esse comportamento se reflete em suas letras cheias de reflexões emocionais e também em seu vozeirão Leonard Cohen wannabe. Outra esquisitice do rapaz, conta-se por aí, é que seus dois primeiros "discos" foram gravados em cassete, num estúdio portátil, por ele mesmo, no conforto do seu lar.

Grazadeus que meu cotovelo não dói faz bastante tempo. Mas, estivesse eu sofrendo dessa moléstia, com certeza me abraçaria a esta pérola do cancioneiro popular dor-de-corno. "The Doctor Came At Dawn" (eu li em algum lugar faz um tempo e agora não encontro mais a fonte dessa informação) é um disco que o rapaz gravou em meados de 1996, em seguida a um grandioso pé na bunda que ele tomou de uma garota sortuda. Depois disso, ele namorou a moça Cat Power e deve ter se recuperado. De qualquer forma, o clima, as melodias e as letras de "The Doctor" são excelentes praqueles momentos em que você está no estágio substrato do pó do cocô do cavalo do bandido: não vai ajudar em absolutamente nada (ao contrário), mas se tem uma parada no mundo que faz dor de amor passar é sorvê-la com dedicação e sem pressa. Vai por mim.

Se seu causo é bestagem mesmo (assim como o meu), do tipo "Ah, como é bela a tristeza", se atole com gosto na parada. O disco é perfeito para que você jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver alguém que você gostaria que estivesse sempre com você - here, there and everywhere.

Tim Maia!

Este não é um post com musiquinha. É apenas um pedido de ajuda aos outros habitantes deste condomínio. Não quero fazer sozinha. Alguém, por favor, chame o síndico.